De novo?
Olá.
No momento em que digito essa introdução, não tenho muita noção do que estou fazendo nem para quem. Não sei nem se vou publicar ou para quem vou mandar. Mas alguma coisa está dando um empurrãozinho extra dessa vez, a ponto de eu conscientemente decidir sentar na frente do computador e fazer algo a respeito.
1. É você que ama o passado e que não vê
Tive acesso à internet e publiquei meu primeiro site no ano de 1995. Era evidente o privilégio naquela época, tanto em ter um computador quanto poder acessar a internet. Raios, mesmo telefone era algo que muita gente apenas esperava algum dia ter. Eram outros tempos, mas o meu tom é sempre apenas moderadamente saudoso.
Era um tempo sem redes sociais. As vi nascer, bem como algumas das tecnologias que usei para interagir on-line de forma mais expansiva. E também ajudei a enterrá-las: IRC, ICQ, MSN, scraps de Orkut. Abri minhas perspectivas em muitos sentidos. Conheci gente de toda parte do Brasil e do mundo. Minha primeira banda. Minha primeira namorada. Coisas marcantes, dezenas e dezenas de arrependimentos, todo o pacote de praxe que vem junto com a jornada. Eram outros tempos, mas o meu tom é sempre apenas moderadamente saudoso.
No início dos anos 2000, comecei a trabalhar com internet no Terra enquanto empurrava com a barriga uma faculdade de jornalismo onde fiz amigos para a vida. No portal também fiz amigos, trouxe amigos, deixei amigos: pessoais incríveis, com contextos completamente diferentes, mas unidas em entregar experiências e histórias para um mercado e uma indústria nascentes. Eram outros tempos, mas o meu tom é sempre apenas moderadamente saudoso.
Ainda na primeira metade dos anos 2000, participei de algumas das comunidades blogueiras incipientes no Brasil. Além da publicação de conteúdo em si (majoritariamente focado no próprio umbigo, é claro), foram movimentos que oportunizaram trocas, mais amizades sinceras, expansão de ideias e tudo mais. Mais que somente texto, houve também uma experimentação com formatos mais curtos (pré-Twitter), com fotografia, vídeos e até mesmo podcasts, enfiados à mão num servidor e linkados por força bruta numa página e gerando um feed de RSS primitivo. Não existia streaming. Eram outros tempos, mas o meu tom é sempre apenas moderadamente saudoso.
Até que isso, como todas as coisas, arrefeceu. Ou mudou de forma e passou a não interessar tanto. Ou simplesmente se tirou o time de campo para a nova geração ou qualquer um desses clichês para justificar a mudança de prioridades pouco antes dos 30 anos. Eram outros tempos, mas o meu tom é sempre apenas moderadamente saudoso.
2. Que o novo sempre vem
Crise de meia idade? Talvez. A verdade é que já tentei voltar a escrever, mas sempre de um ângulo meio capenga. Pra não dizer equivocado. E o que faz agora ser diferente? Não sei ao certo. Mas parece uma mistura de “e por que não?” com “vai que”.
São outros tempos. mas o meu tom é sempre apenas moderadamente saudoso.
3. Os horrores que eu lhe digo
Tá. Vou tentar ser mais sucinto:
- Isso será um blog e de volta ao início dos anos 2000 usando WordPress e tudo e tendo meu próprio domínio. Chega de Substack. Talvez eu também mande posts por e-mail mais adiante, pois hoje em dia ninguém mais tem bookmarks no seu navegador. Nem ninguém usa leitor de RSS. Acho.
- Não vou escrever sobre meu dia-a-dia, mas obviamente sob a minha perspectiva.
- Os assuntos majoritariamente devem ficar entre tecnologia, cultura (ênfase em música, cinema e quetais aqui e ali), culinária (sem receitas, mas anotações sobre comer e beber) e talvez um pequeno bocado na intersecção entre ser imigrante/morar fora do meu país de nascimento e criação há quase dez anos.
- Não escreverei por métricas ou exposição. Mas evidente que ficarei contente com a sua decisão de gastar seu tempo com isso.
Era isso. Até breve.
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